Aranhas

São animais invertebrados, ou seja, sem esqueleto interno. A sustentação e a proteção de seu corpo são feitas por uma carapaça externa (exoesqueleto) composta por uma substância chamada quitina. Essa proteção é extremamente importante para evitar a perda de água, o que permite que as aranhas e outros animais do grupo dos artrópodes (escorpiões, insetos, crustáceos) consigam sobreviver em ambientes muito variados.

As aranhas são encontradas desde buracos e frestas no solo a até muitos metros de altura nas copas de árvores; de desertos a florestas úmidas; de ecossistemas totalmente preservados até o centro de grandes metrópoles. Isso se deve também à sua capacidade de produzir abrigos com uma mistura de proteínas denominada seda, secretada por glândulas localizadas no abdômen da aranha (fiandeiras).

A alimentação das aranhas é composta desde pequenos invertebrados como também por animais maiores (lagartos, anfíbios, filhotes de roedores e pássaros).

A peçonha está presente na grande maioria das aranhas (em todo o mundo, são conhecidos somente dois grupos de aranhas sem peçonha), e sua composição química é bastante variada entre as espécies. A maioria não apresenta risco para o homem, como as caranguejeiras, porém outras espécies de aranhas afetam o homem de maneira mais grave. Abaixo informações sobre as aranhas de importância médica presentes no Brasil.

ARANHA MARROM (Loxosceles sp.)

São aranhas muito pequenas: não passam de 3 cm de envergadura. São aranhas muito arredias e de hábitos noturnos, vivem em ambientes escuros e secos onde tecem teias irregulares, muito parecidas com fiapos de algodão, nos quais capturam seu alimento. Os acidentes, denominados de loxoscelismo, ocorrem quando são comprimidas contra o corpo dentro de roupas, toalhas, roupas de cama etc. Sua peçonha é extremamente tóxica para o organismo humano, e o local da inoculação pode apresentar: vermelhidão, aumento de temperatura, bolhas e lesões hemorrágicas, com ou sem dor em queimação. A ausência de dor é o motivo pelo qual o acidentado demora a procurar socorro médico, o que pode complicar o tratamento.

ARANHA ARMADEIRA (Phoneutria sp.)

São as maiores aranhas peçonhentas de importância médica no mundo, chegando a medir 15 cm de envergadura de pernas. Não vivem em teias e, durante o dia, se escondem em lugares sombrios como: buracos no solo, debaixo de madeira e pedras ou entre as folhas largas de diferentes tipos de vegetais, especialmente bananeiras. Acidentes com esses animais normalmente ocorrem no início da noite ou nas primeiras horas da manhã, quando as pessoas entram em contato com essa aranha, que se ocultou em lugares como sapatos, roupas de cama, toalhas, gavetas, embaixo de móveis e etc. Os acidentes graves, que ocorrem principalmente em crianças, são caracterizados por: sudorese generalizada, salivação intensa, vômitos frequentes, diarreia, enrijecimento muscular, choque e edema agudo de pulmão, o que pode levar ao óbito.

VIÚVA-NEGRA (Latrodectus sp.)

A "viúva-negra" é uma aranha pequena e arredia que mede em torno de um centímetro, com pernas longas. Sua cor é geralmente negra, com o abdômen arredondado e com detalhes em vermelho, pode também apresentar cores mais claras. Quando derrubada, a aranha finge-se de morta ou tenta fugir, arrastando seu pesado abdômen; porém quando perturbada em excesso ou comprimida contra o corpo (por exemplo, dentro das roupas, ou nos lençóis durante o sono), provoca o acidente com relativa facilidade. A peçonha da viúva-negra é muito tóxica para o homem. Ela ataca o sistema nervoso provocando dores musculares muito intensas, náuseas, dor de cabeça e alterações cardiorrespiratórias, sendo mais grave em crianças e podendo causar acidentes fatais.